Queda na rentabilidade: como mitigar as consequências ou reverter esse processo
Especialistas do GBrasil analisam as causas da redução e sugerem rumos para melhorar a perspectiva financeira do negócio
da Redação
Em períodos de recessão, estagnação ou baixo crescimento econômico, uma empresa pode ter dificuldades em garantir que a rentabilidade apurada mantenha o negócio financeiramente sustentável no longo prazo.
Para superar este cenário adverso, especialistas do GBrasil ensinam como identificar as causas de uma baixa rentabilidade e como fazer para reverter o processo. Eles também esclarecem por que é importante que o empresário entenda como a rentabilidade se diferencia de lucratividade, de modo a contabilizar esses ganhos adequadamente em um plano de negócios, tomando melhores decisões.
O Diretor da De Paula Contadores (GBrasil | Foz do Iguaçu – PR), Antônio Derseu de Paula, lista alguns itens que tendem a contribuir com a queda na rentabilidade, ainda mais em período de crise econômica seguida de baixo crescimento: aumento de custos; mais tempo e gasto exigidos para treinamento de pessoal; dificuldade em aumentar honorários – no caso de determinados segmentos; concorrência predatória; alta inadimplência; despesas excessivas com horas extras; gastos com segurança, etc.
Estratégia comercial e precificação
Tertulino Ribeiro Passos, Diretor da Análise Contabilidade (GBrasil |PI), argumenta que a perda de rentabilidade nas empresas comerciais e industriais tende a ser resultado de problemas no fluxo de caixa e da falta de clientes. Ele enfatiza que nem sempre a redução da clientela nem sempre está vinculada a uma estratégia de marketing inadequada.
“O problema maior é a situação econômica do Brasil. Por isso, a empresa deve tentar ao máximo reduzir os custos e se adequar ao cenário nacional e à sua própria realidade, agregando estratégias de marketing para a retenção de clientes”, explica.
Confira algumas estratégias utilizadas por empresas objetivando a fidelização.
Segundo Passos, a precificação é um dos pontos em que a maioria das empresas tem problema: “Muitas organizações quebram, pois não colocam todas as despesas que têm na precificação. Por outro lado, mudar somente a precificação não irá garantir rentabilidade”. O associado recomenda que a empresa com prejuízo busque outros fornecedores a fim de reduzir esses custos. Encontrar outros locais de venda, com preço mais em conta, também podem auxiliar na recuperação.
Se a empresa possuir apenas um produto em seu catálogo e a rentabilidade estiver cada vez menor, Passos orienta mudar a estratégia comercial e incluir mais opções de produtos, para garantir um público maior.
Lucratividade x Rentabilidade
Na opinião do especialista é imprescindível que o empreendedor saiba a diferença entre lucratividade e rentabilidade. A lucratividade para estes segmentos comerciais e industriais é o resultado que a empresa conseguiu com a venda das mercadorias, descontados todos os custos obtidos com a produção – como despesas com funcionários. Já a rentabilidade está relacionada com o quanto do lucro líquido auferido pela organização está retornando – e compensando – o investimento feito pelos sócios.
Ele esclarece que a rentabilidade deve ser maior do que a lucratividade: “Se a empresa olhar apenas para a lucratividade, pode acabar não tendo o retorno do investimento e nem sequer perceber o que isso acarreta. O lucro pode ofuscar o resultado real do negócio no longo prazo”.
A baixa rentabilidade pode impedir a organização de realizar novos investimentos que mantenham seu negócio funcionando, de planejar futuras ações, ou ainda, impossibilitar a contratação de mais funcionários.
Atenção aos processos administrativos e métricas
Diretor Administrativo da CGF Contabilidade (Sinop – MT), Gustavo Zanella Furlanetti avalia que a falta de planejamento e de controles administrativos é um dos principais fatores que levam à queda na rentabilidade. “Se não há controle, métricas e padrão nos métodos de trabalho, isso certamente influencia muito para um saldo negativo”, acredita.
Além disso, avalia Furlanetti, a falta de solvência da empresa, de reserva em caixa para momentos financeiramente ruins, leva a organização a assumir custos financeiros, como pegar empréstimos e atrasar pagamentos.
“Quanto mais sufocante está a situação, pior pode ficar. Se o empreendedor tenta suprimir a ineficiência da empresa aumentando os custos àqueles que utilizam seus serviços, ela possivelmente pode perder esses clientes. Terá, então, que fazer cortes não planejados e desligamentos não programados. Sem planejamento, até mesmo o custo da rescisão sai alto”, pontua.
Furlanetti também ressalta que a falta de informação quanto o retorno de investimentos, ou quando o negócio é administrado de maneira muito informal ou sem rumo, isso tende a desencadear resultados insatisfatórios para a rentabilidade.
Via GBrasil