Planejamento estratégico é uma ferramenta de gestão que mapeia o caminho para atingir objetivos em uma empresa.

Ele funciona como um roteiro que determina onde a empresa está, aonde quer chegar e quais são as ações necessárias para cumprir essa jornada.

Ou, nas palavras de Peter Drucker, considerado o pai da administração moderna:

“O planejamento estratégico é um processo contínuo e sistemático de tomada de decisão empresarial com base em profundo conhecimento do futuro do negócio, incluindo os esforços necessários para aplicar essas decisões, medir resultados e prover feedback.”

Tudo isso significa que planejar é essencial para ter sucesso desde o início do negócio.

Com um bom plano, você consegue definir metas, traçar estratégias, antecipar problemas e monitorar seu progresso em qualquer projeto e iniciativa da empresa.

Por isso, o planejamento estratégico substitui a “gestão por intuição” e ajuda empreendedores a enxergarem mais claramente os rumos do negócio.

Para que serve o planejamento estratégico?

O planejamento estratégico é essencial desde a fase embrionária da empresa, quando o plano de negócio começa a ganhar forma.

Depois que a ideia sai do papel e a empresa abre suas portas, essa necessidade não desaparece. Pelo contrário: ela se torna ainda mais importante no dia a dia do negócio.

Com um plano bem elaborado, é possível atingir metas como:

  • Conquistar um novo público-alvo
  • Lançar novos produtos e serviços
  • Posicionar a marca na liderança de mercado
  • Expandir o negócio para novos territórios
  • Ampliar e diversificar os canais de venda
  • Lidar com as incertezas e os riscos
  • Utilizar os recursos de forma eficiente de acordo com as metas
  • Aproveitar as oportunidades e se defender das ameaças do mercado
  • Aumentar as vendas e os lucros
  • Otimizar a gestão financeira
  • Estabelecer vantagem competitiva em relação aos concorrentes
  • Atrair e fidelizar clientes
  • Melhorar imagem e reputação da empresa na mídia
  • Evitar risco de falência por má administração.
  • De modo geral, todo objetivo pode ser alcançado por meio do planejamento estratégico, desde que seja realista e leve em conta a realidade do negócio.

Como você pode notar, essa ferramenta pode ser usada em qualquer situação ao longo da trajetória da empresa.

Se o objetivo for abrir uma filial em cinco anos, é o planejamento estratégico que vai estabelecer cada passo a ser dado até lá.

Se o desejo for simplesmente colocar as contas em dia e acabar com dívidas, também.

Até mesmo para fechar a empresa é preciso estar preparado e com as próximas ações claramente definidas.

Logo, é impossível pensar em empreendedorismo sem ter o planejamento estratégico como ponto de partida para tomar decisões e colocá-las em prática.

A importância de um bom planejamento estratégico?

Quando você executa seu planejamento estratégico alinhado à missão e valores da empresa, está criando as bases para erguer um negócio de sucesso.

Se a ferramenta for utilizada do jeito certo desde o início, você conseguirá enxergar de longe o caminho para crescer e ganhar espaço no mercado, ao contrário das empresas que não têm visão e vivem apostando no lucro em curto prazo — e quase sempre têm vida curta.

Isso porque as empresas bem planejadas já nascem com uma identidade própria e um diferencial competitivo, e vão desenvolvendo seus processos, produtos e serviços com base em seus propósitos originais.

Pense na Apple, por exemplo, que já nasceu com o DNA de inovação e conseguiu se posicionar como uma das marcas mais icônicas do mundo.

Tudo foi planejado desde o início para criar uma identidade única, que inspirasse liderança e exclusividade, e até hoje cada produto é lançado seguindo a mesma estratégia campeã.

Da mesma forma, empresas digitais como Uber e Airbnb revolucionaram o mercado sem precisar comprar um carro ou um imóvel sequer, criando um modelo inovador e seguindo o plano de escalar o negócio em nível global.

Esses exemplos só foram possíveis com grandes planejadores por trás dos negócios, que sabem como construir o passo a passo do sucesso no mundo corporativo.

No cenário atual de transformação digital, planejar é uma forma de reagir rapidamente às mudanças e também adotar uma postura proativa como empreendedor, tornando a empresa soberana em relação ao seu próprio destino.

E o mesmo vale para pequenos empreendedores que querem dar uma direção clara às suas empresas e conquistar seu lugar no mercado.

 

Como fazer seu planejamento estratégico passo a passo

O planejamento estratégico deve seguir algumas etapas lógicas para ser bem-sucedido e não acabar engavetado.

Confira o passo a passo para fazer o seu.

1. Comece pelo diagnóstico da empresa
Se você pensou em começar o planejamento estratégico pela definição de metas, sugerimos um passo anterior: o diagnóstico da situação atual da empresa.

Essa etapa deve funcionar como um raio X completo do negócio, utilizando ferramentas para avaliar sua posição financeira, construção de marca, desempenho de processos, satisfação dos colaboradores, qualidade dos produtos/serviços, entre outros fatores.

Em qualquer tempo e lugar, um método bastante difundido e ainda útil para avaliar as condições externas e internas de um negócio é a Análise SWOT.

A sigla, em inglês, quer dizer:

  • Strengths (Forças): pontos fortes da empresa e vantagens sobre a concorrência no momento, como percepção de valor superior e eficiência operacional
  • Weaknesses (Fraquezas): pontos fracos da empresa e vulnerabilidades, como mau posicionamento da marca ou oscilação de faturamento
  • Opportunities (Oportunidades): eventos e situações que podem favorecer a empresa no mercado em uma projeção futura, como a abertura de crédito ou uma tendência de consumo
  • Threats (Ameaças): fatores externos que têm impacto negativo sobre o negócio em uma projeção futura, como uma crise ou entrada de um novo concorrente.
    Na análise, devem ser incluídos todos os fatores que podem influenciar o andamento do negócio.

Isso inclui desde questões macroeconômicas como variação da inflação e juros do Banco Central até fatores internos como satisfação dos colaboradores e clima organizacional.

Resumindo: se algo impactar sua atividade, direta ou indiretamente, coloque na balança.

2. Trace seus objetivos
Agora que você tem a conjuntura da empresa totalmente mapeada e seus pontos-chave na mesa, é hora de definir os objetivos a serem atingidos.

Para facilitar, o ideal é que esses objetivos sejam divididos em metas realizáveis por período.

Isso porque, apesar de o planejamento estratégico ser pensado em longo prazo, é preciso levar em conta o médio e o curto prazo para realizar objetivos que exigem mais tempo.

Com as informações coletadas no mercado e pela Análise SWOT, você terá uma ideia do que fazer daqui a 5, 10 ou mesmo 20 anos, mas também precisará decidir o que fazer nos próximos meses para seguir esse horizonte.

Uma dica valiosa, ao definir as metas para sua empresa, é dar preferência para aquelas que podem ser quantificadas.

Pode ser um reforço de 20% no faturamento, aumentar o ticket médio em 15% ou ser uma referência no setor dentro de cinco anos.

Também é importante que as metas da empresa considerem o tempo que podem levar para serem realizadas e que sejam viáveis acima de tudo.

Afinal, uma coisa é sua empresa projetar um aumento no ticket médio de 15% em 6 meses, outra é ser a maior multinacional do setor dentro de um ano. Percebe a diferença?

3. Crie estratégias e ações
É normal, para quem não está habituado a elaborar um plano de negócios, confundir ação com estratégia.

Enquanto a primeira diz respeito às medidas práticas para a realização das metas, a segunda define a forma como devem ser alcançadas.

Para deixar mais claro, vamos a um exemplo:

  • Objetivo/meta: aumentar o market share em 10% nos próximos 3 meses
  • Estratégia: lançar dois novos produtos que a concorrência não tem
  • Ações: contratar novos profissionais para desenvolvimento de produtos, realizar pesquisas de mercado ou investir em marketing digital.

Como você pode ver, são vários pontos que precisam ser definidos, e toda a equipe deve ser envolvida no processo.

Um brainstorming (tempestade de ideias) pode ajudar, desde que as ideias sejam registradas e posteriormente organizadas de forma objetiva.

4. Tenha métricas de desempenho
Agora uma questão importante: como você vai saber se está progredindo em direção às metas durante a execução do plano?

Para isso existem as métricas de desempenho: parâmetros que você deve estabelecer para mensurar cada meta estabelecida — também chamados de KPIs (indicadores-chave de desempenho).

Por exemplo, se você estabelece uma meta de aumentar a base de clientes, o indicador será o número de novos clientes por período.

Se a meta é aumentar o lucro da empresa, você deverá monitorar KPIs como lucratividade, rentabilidade e margem líquida.

Outras métricas possíveis são padrões de tempo, qualidade, produtividade, custo-benefício, volume, índice de erros, etc.

5. Prepare um cronograma
Se você já tem seus objetivos, metas, estratégias e ações, só falta organizar tudo isso em um cronograma e deixar claro qual a função de cada colaborador.

Esse passo é importante para garantir que o plano seja colocado em prática da forma que foi pensado — do contrário, ele corre o risco de acabar na gaveta.

O cronograma deve conter as metas e ações planejadas e seus respectivos responsáveis, prazos de execução, indicadores de desempenho, recursos necessários e outras informações relevantes para a equipe.

Se você puder criar esse documento com apelo visual, como em um quadro de planejamento que possa ser visualizado por todos (físico ou digital), melhor ainda.

6. Envolva a equipe
O planejamento estratégico é um trabalho coletivo que se beneficia de vários pontos de vista dentro da empresa.

Por isso, é fundamental garantir a participação da equipe e não deixar que se torne uma tarefa solitária do gestor.

Um recurso que pode ajudar nessa etapa é o Balanced Scorecard (ver artigo para mais detalhes), que também pode ser aplicado em outras etapas ao longo do plano de negócios.

Com ele, fica mais fácil alinhar a realidade da empresa com o que foi planejado e manter todos na mesma página.

7. Coloque o plano em prática
Agora é hora de colocar em prática o plano de ação e acompanhar de perto os resultados.

Os indicadores que você definiu no quarto passo serão sua principal referência para monitorar o progresso do planejamento estratégico, mantendo o controle sobre cada tarefa e ação.

Nessa hora, a tecnologia é uma aliada importante para obter os dados necessários e analisar todas as métricas e variáveis.

Por exemplo, se você está executando um planejamento financeiro e precisa acompanhar o desempenho das finanças de perto, pode usar uma solução como sistemas para gerar relatórios de fluxo de caixa, DRE Gerencial e balanços que vão mostrar exatamente o quanto você avançou — ou regrediu — em relação às metas.

Planejar é fundamental, mas sem uma certa capacidade de improvisação, fica difícil ajustar as velas do barco quando a direção do vento muda.

8. Avalie e revise o plano continuamente
Por fim, é importante ter em mente que o planejamento estratégico é uma ferramenta dinâmica, ou seja, deve ser adaptada às mudanças no caminho.

Ter um plano significa ter um rumo, mas você terá que reavaliar continuamente as metas e, se necessário, fazer alguns desvios conforme as circunstâncias.

Do contrário, se você tentar seguir o plano original à risca, poderá cometer erros de gestão e deixar de aproveitar oportunidades ou detectar ameaças do mercado.

Então, lembre-se de ser flexível e fazer as correções necessárias, mantendo apenas o que está funcionando no seu planejamento.

 

Exemplo de um planejamento estratégico

Para deixar ainda mais claro tudo o que você aprendeu até aqui, vamos a um exemplo simplificado da aplicação do planejamento estratégico.

Imagine uma pequena empresa que presta serviços de marketing digital e precisa aumentar sua base de clientes, seguindo o plano abaixo:

  • Objetivo: dobrar a base de clientes em 2 anos
  • Diagnóstico: percepção de valor superior em relação aos serviços do principal concorrente, mas público-alvo mais restrito
  • Estratégias:
    Criar um plano de serviços mais acessível para atrair um novo público
    Investir em retenção e fidelização de clientes
    Fortalecer a presença da marca no mercado-alvo
  • Ações:
    Fazer uma pesquisa de mercado para entender o novo público-alvo
    Criar um programa de fidelidade e descontos progressivos
    Criar um fluxo de marketing de conteúdo no site, blog e redes sociais
    Investir em marketing de performance
    Contratar um especialista em customer success.
    Esse seria um esquema simples, que não inclui o diagnóstico completo, cronograma para realização de cada uma das etapas e métricas de desempenho.

O importante aqui é atentar para a nomeação de um profissional responsável para a execução das tarefas, que também deve atuar no monitoramento e coordenação das atividades.

Além disso, o planejamento deve ser incorporado à cultura da sua empresa como uma ferramenta indispensável em qualquer projeto.

Quanto mais você praticar, melhores ficarão seus planos e mais rápidos serão os resultados.

 

Material via Conta Azul

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